MITD-1ªTemporada-Capitulo 2 : 10 anos sem respostas
-Droga, Droga , Droga. Como assim o corpo de Sophia não está lá. E quem reconheceu os corpos? Não tem ninguém que possa ter reconhecido, há apenas eu.
Samanta Pov's
Sim, foi isso que aconteceu a 10 anos atrás, Eu tinha apenas 7 anos quando minha família morreu no incêndio.
Meu coração foi junto com eles, hoje moro com minha avó Rosana, ela é mãe do meu pai. Após eu ter passado uma semana com aquela mulher eu vim morar com a vó Rosa, ela me deixou durante esses 10 anos sem respostas...E eu garanto que tenho muitas perguntas...Durante esses dez anos, nunca mais vi aquela mulher loira dos olhos azuis, muito parecida com minha mãe que até hoje não sei quem é...
Minha vó sempre me tratou super bem, mas nunca disse uma virgula sobre o passado dela, de como meu pai e minha mãe se conheceram, nada. Não me abalo mais em perguntar sei que ela não vai me responder.
Levantei ainda com preguiça da cama, o despertador tocou, 06:45. É quinta-feira e chove bastante aqui em Londres. Fui ao meu banheiro e me despi, liguei o chuveiro a água quente caia sobre meu corpo relaxando cada músculo... A casa da minha vó é grande, espaçosa e bem aconchegante, eu praticamente a organizo sozinha pois a minha vó está bastante doente ultimamente e eu como tenho o dever de ajudar nas tarefas de casa acabo limpando essa enorme casa sozinha.
Lavei o cabelo, fazia alguns dias que eu não o lavava. Só de pensar em ir para escola já me dá vontade de voltar pra cama...
Desliguei o chuveiro após um tempo embaixo d'água. Enrolei a toalha no meu corpo e abri a gaveta do balcão do banheiro pegando uma lamina, aliviei minha dor e lavei o pulso até parar de sangrar. Tenho muitas marcas, mais uma não faria diferença. Fui até o armário pegar uma roupa confortável para vestir. Optei por colocar essa roupa mesmo e prendi o cabelo em um coque.
Olhei no relógio, marcava 07:02, fiz uma leve maquiagem apenas base, um pó compacto e passei o rímel. Nada muito marcante.
Peguei minha mochila e desci as escadas, atirando a mochila no sofá. Fui na cozinha peguei um copo de água e na gaveta o remédio da vó, subi novamente as escadas. Bati na porta antes de entrar.
-Entra minha filha.-Falou minha vó. Entrei em seu quarto e abri um pouco a cortina para a claridade entrar.
-Tome seu remédio vó, tem comida na geladeira a senhora só coloca no microondas, não faça muito
esforço, ok?-Beijei a testa dela após entregar o remédio e o copo com água. Sai de seu quarto fechando a porta do mesmo. Abri as janelas do meu quarto e arrumei a cama. O relógio marcava 07:20. Desci as escadas.
-Tchau vó, te amo.-Gritei pegando minha mochila, coloquei apenas uma das alças deixando a outra solta. Peguei as chaves e meu celular em cima da mesa e tranquei a porta.
Disquei o número de Josh, Meu melhor amigo ele demorou para atender.
-Alô, e ai tudo bem? Bom dia flor do dia...-Falei rindo.
-Alô, não, estou com sono, bom dia sua linda.-Disse rindo, ri junto.
-Tá, estou indo ai te buscar, para de pentear esse cabelo e se arruma logo, ok?-Falei rindo.
-Tá , como adivinhou?-Perguntou.
-Não vou saber então.-Ri e desliguei, coloquei o celular no bolso e segui. Chuviscava fraco agora.
Só ele para alegrar essa minha vida. A casa dele é na rua de trás da minha, então não caminhei muito. Toquei a campainha e ele abriu a porta.
-Entra sua boboca.-Disse após me dar um beijo na bochecha. Entrei em sua casa.
-Você tomou café?-Perguntou ele amarrando seu vans vermelho que eu amo.
-Não.-Falei olhando as horas no celular, 07:30.
-Tá então vem aqui.-Ele me levou até a cozinha. Coloquei minha mochila na cadeira ao meu lado.
-Quer o que?-Perguntou ele olhando para dentro da geladeira.
-Ah, me dá uma maça apenas.-Falei sorrindo. Ele me alcançou a maça e pegou uma para ele também. Pegamos nossas mochilas e começamos a caminhar em direção a escola.
-Você sabe que a Kelly pediu para sair comigo?-Disse Josh . Caminhávamos lentamente, a escola não é tão longe daqui.
-Uhuu! Sendo convidado por uma das meninas mais bonitas da escola, vai aceitar?-Perguntei sorridente.
-Talvez sim...-Disse encarando os pés.
-O que foi em?-Perguntei, algo de errado ele tinha.
-Sei lá, ela já ficou com a escola toda praticamente. Sou apenas mais um número para ela.-Falou entristecido.
-Não da bola pra isso cara, trate ela como mais um número na sua lista também...-Falei dando leves
batidinhas no seu ombro. Caminhamos em silêncio o resto do caminho, rapidamente vou explicar. Ele é apaixonado pela puta do colégio que trata os garotos feito lixo e mesmo assim eles continuam a correr atrás dela, complicado é entender esses garotos.
Fui até meu armário e larguei minhas coisas lá, olhei as horas no celular 07:55. Peguei alguns livros que eu iria precisar, cadernos e canetas. Fui para minha sala, Josh foi falar com a Kelly. Na boa aquela vadia não merece ele. Sentei na última carteira do canto esquerdo da parede. Josh veio sorrindo com ela, ok se ele se sente feliz com ela, tenho que respeitar e apoiar como uma verdadeira amiga.
A professora estava minutos atrasada já eram 8:25, a sala começou a ficar mais movimentada pelos alunos disputando os melhores lugares. Alguns bobocas jogavam bolinhas de papel uns nos outros, não crescem nunca, na verdade parece que tem pessoas que demoram séculos para amadurecer. .Meu celular vibrou uma mensagem.
''Você deverá se cuidar, não quero te machucar. Surpresinha quando chegar em casa?''
Li a mensagem, o número era privado. Oh inferno só pode ser engano, algum namorado pervertido
enviou errado. A atrapalhada professora de história chegou na sala quase derrubando os livros e arrumando os óculos fundo de garrafa que usava. Sabe aquelas mulheres lindas que se escondem de baixo de uma longa saia, óculos fora de moda (a séculos, porque né) e o pior é que aqueles óculos ridículos tiram o valor do olhar dela. Ela está bem atrasada, são 08:35.
-Olá pessoal, me desculpem pelo atraso...-Dizia a professora mas logo um idiota começou a rir, junto
com outros meninos.-Algum problema os meninos ai do fundo?-Perguntou olhando para o canto direito da sala.
-Por que a senhora se atrasou professora Heloísa?-Perguntou o imbecil.
-Tive problemas com o diretor.-Falou ajeitando os óculos.
-Então foi chupa-lo e demorou para entrar na sala?-Perguntou um menino ao lado dos imbecis que riam.
A professora se calou, há boatos de que a santa professora de história Heloísa, tem um caso com o carrasco do diretor.
-Bom pessoal...-Decidiu voltar a falar, olhou no seu relógio de pulso.-Agora não dá mais tempo
para mim passar a matéria que eu iria fazer com vocês, então quero que quinta-feira que vem me entreguem os exercícios 18, 19 , 20 e 21 prontos.-Anotou os números no quadro branco. Bateu o sinal.
...
Depois de 2 longos períodos de matemática com o careca chato. Fui para a cantina ver se os lanches já estavam prontos para a venda. Entrei em uma pequena fila, peguei o dinheiro no bolso da minha calça.
-E para você mocinha?-Perguntou a senhora da cantina. Mocinha?
-Um sanduíche completo, sem tomates, por favor.-A entreguei o dinheiro. Logo ela me entregou o sanduíche.
Agora vou me juntar ao meu grupo de amigos, e meu namorado irá me beijar fazendo com que os meninos da mesa ao lado que gostam de mim ficarem revoltados...Tá é mentira.
Voltando a realidade digamos que eu não seja muito social e tenha apenas o Josh como amigo, nunca tive muitos amigos e sempre fui quieta na minha, porém sou muito observadora. Sentei em uma mesa vazia no canto da cantina. A movimentação dos alunos começava, eles brigavam pelos lugares nas mesas.
Comi meu lanche e fui até o corredor onde ficam os armários. Abri o meu e olhei qual seria a próxima aula. Educação física, não teria o professor foi ao dentista. Peguei minha mochila e tranquei o armário.
Meu celular começou a tocar.
-Alô, você é a Samanta?.-Disse um homem.
-Alô, sim, quem é você?-Caminhava lentamente pelos corredores quase vazios.
-Sou o Policial Tener, poderia vir imediatamente para sua casa, aconteceu uma fatalidade.-Disse o policial.
Vi tudo em minha volta rodar. Policial? Fatalidade? Andei apressadamente até a saída, coloquei o celular no bolso. Ouvi Josh me chamar, mas corri, ele gritou que depois me ligava. Comecei a chorar, algo bom que não seria.
Cheguei perto da minha casa, carros de policias estacionados em frente, algumas pessoas olhavam para a minha casa, me aproximei do local e fui falar com um policial.
-O que está acontecendo na minha casa?-Quase gritei chorando.
-Vou pedir que uma policial feminina lhe explique com clareza.-Falou e foi, segundos depois voltou com uma policial.
-Você é a Samanta Cartter, certo?-Afirmei com a cabeça.-Então Samanta, após a denúncia de um vizinho, viemos aqui na sua casa, e encontramos sua avó...ãn...-Olhou em um bloquinho.-Rosana, assassinada na banheira, com vários golpes de arma branca.-Desabei a chorar, a policial deve ter se comovido e me abraçou.
-Quem fez isso com ela?-Perguntei então nos desabraçamos, coloquei a mão na cabeça escorregando-a.
-Ainda não sabemos, vamos averiguar e investigar quem teria feito isso e etc.-Disse a policial.
Novamente não, vi o pessoal do necrotério levando o corpo da minha vó, um saco cinza a cobria.
Sentei na calçada , chorando. Eu lembrava que já havia presenciado algo parecido a 10 anos atrás...
Minha vida é feita de perdas? O que será de mim meu Deus? Tenho 17 anos ou eles vão me levar para uma instituição até eu completar 18 anos ou eu ficarei novamente com um parente. Isso se restar algum.
-Nos acompanhe até a delegacia, por favor.-Disse a policial. Entrei na viatura e pude ver a mini van cinza arrancado. A policial estava no banco do carona e um policial dirigia. Poucos minutos e chegamos até a delegacia.
Entrei acompanhada da policial, ela me mandou esperar sentada em um banco logo me trouxe um copo de água, o tomei e amacei o copinho. Que raiva, coisas assim só acontecem comigo, eu nasci para sofrer? Um ser humano não consegue aguentar tantas perdas... Porque meu Deus?
-Vem vamos.-Falou me puxando, me levou até o delegado.
-Olá moça, chama-se Samanta, certo?-O delegado sorria. Esses idiotas não sabem a dor que é perder alguém, ainda mais quando é tudo que você tem, me sentei em sua frente e concordei com a
cabeça.-Lamento pelo que aconteceu, iremos prender quem fez isso com sua vó, não se preocupe.-Disse sério.
-Não lamente, não é a primeira vez que algo assim acontece.-Falei rudemente.
-Ok , você sabe algo suspeito que possa nos ajudar?-Disse o delegado, lembrei-me então da mensagem que recebi na escola hoje. Peguei meu celular no bolso e abri a mensagem. Entreguei o celular a ele.
-Huuum, Interessante.-Disse e deu uma pausa.-Policial Abrão, fotografe.-Ele disse entregando o meu
celular para a policial. Minutos depois ela voltou.
-Samanta, volte na sua casa para pegar pertences, como roupas, objetos mais íntimos, você ficará na
casa de um parente que se propôs a ficar com você. Lhe darei mais informações daqui algumas semanas você pode voltar aqui.-Me entregou o celular. Mas que parente?
-Policial Abrão, a leve até aquela moça.-Levantei-me e saímos da sala. Havia uma mulher e um homem sentados no banco, os quais eu nunca vi antes em toda a minha vida.
-Olá Samanta, sou sua tia Lúcia.-Disse me abraçando, permaneci imóvel.-E esse é meu marido Carlos.-O homem apenas sorriu para mim.
-Os acompanharei até a casa, para não correrem riscos.-Disse a policial. Entramos na viatura. Estou
abalada parece que as pessoas que mais amo se vão tão facilmente... Parei de chorar, permaneci
com a "cara fechada". Chegamos então a policial entrou sozinha na casa, ela veio com 2 malas e
as entregou para Carlos. Ela disse que a chave ficaria na delegacia que era só eu me apresentar que me entregavam, mas que agora os policias precisavam da casa para investigar os fatos ocorridos.
Entramos em um taxí ela deu um endereço, Carlos foi no banco do carona, não gostei da cara dele.
Lúcia ao meu lado.
-Obrigado por cuidar da minha mãe durante tanto tempo...-Falou acariciando minha perna, Tirei minha perna de perto dela.-Você não me conhece né?-Falou séria. Até agora não vi ela derramar uma lágrima pela sua mãe, nem parece que ela a perdeu.
-Não.-Respondi fria.
-Ok , temos tempo para nos conhecermos.-Ela disse e sorriu falso. A olhei nos olhos, eles não me passam sinceridade...
CONTINUA....
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Olá potatos o que estão achando? Mais uma perda na vida de Samanta, Quem matou a avó Rosana?
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