MITD-1ªTemporada-Capitulo 1 : Meu coração queimava naquele fogo...
Samanta Cartter Narrando...
Era quase noite de domingo, dia 17 de março. E eu brincava com uma menina. Aparentava ter a mesma idade que eu, 7 anos.
-Tá com você!-Gritou a menina após me tocar e saiu correndo.
Corri atrás dela e estiquei a mão tocando no seu ombro.
-Meninas vamos entrar, Samanta tem que ir embora.-Gritou uma mulher da porta de sua casa, provavelmente.
-Vem, vamos Sam. Você tem que ir embora.-Falou a menina me puxando pelo pulso.
Entramos naquela casa, alguns brinquedos estavam sobre o tapete da sala, bonecas. Novamente a linda mulher veio descendo a escada com uma mochila em suas mãos.
-Tome seu ursinho, Samanta.-Me entregou o ursinho de pelúcia, o peguei e senti seu cheiro. O apertei contra o peito.
-Tchau, Sam.-Disse a menina e beijou minha bochecha.
-Tchau...-Falei colocando a pequena mochila nas costas, sempre com meu ursinho na mão, inseparavelmente meu.
A mulher me colocou no banco de trás do carro, logo pós o cinto de segurança e fechou a porta. Logo a porta do motorista se abriu e ela se sentou também colocando o cinto, importante. O carro arrancou.
Fiquei abraçada naquele urso, a cada cinco minutos sentia seu cheiro. Uma angustia diferente apertava meu coração... Queria chorar, mas nem eu mesma sabia o motivo.
Depois de alguns minutos de estrada, comecei a avistar as casas que habitam em minha rua. Era noite já, pessoas olhavam para um certo ponto, curiosas. Olhavam todas na mesma direção.
Um carro de policia chamou minha atenção pelo som alto da sirene. Não entendo o porque derramei uma lágrima e abracei meu ursinho com um pouco de força. A mulher que antes se encontrava sorridente, agora está séria. Estacionou o carro um pouco mais distante do tumulto no outro lado da rua.
-Meu amor, não sai do carro, ok ? Me espere dentro do carro.-Disse a mulher de olhos claros me olhando e já tirando o cinto, sorriu falso isso era visível.
Olhei novamente pela janela do carro que ela correu em direção ao tumulto de pessoas. As pessoas abriram espaço para que essa mulher chegasse mais perto do foco delas. Então comecei a analisar, havia um grande caminhão estranho vermelho estacionado em frente, uma longa mangueira ia ao encontro onde alguma coisa prendia a atenção das pessoas.
Alguns carros de policia estacionados na frente. Olhando melhor percebi, era minha casa, sim claro que eu a reconheço.
Tirei a mochila e soltei o cinto de segurança, destravei a porta. Corri entre as pessoas tentando as tirar da minha frente. Segurei meu urso contra o peito para não o perder, parei. Uma fita amarela era meu obstáculo.
Minha casa pegava fogo e meu coração queimava naquele fogo...
Alguns pedaços de madeira caiam da grande casa para o chão, caras com mangueiras tentavam apagar o fogo, me abaixei e passei pela fita amarela.
-Samanta!-Gritou a mulher, os policias que estavam próximos se alertaram que eu havia passado após o grito da mesma.
Parei tão próximo ao fogo que sentia um calor enorme. Meus pais e a Sophia, estão lá? Sim as pessoas gritam que tem gente lá dentro. Em prantos, alguém dá um impulso atrás de mim fazendo com que eu soltasse meu urso, ele caiu em cima de uma madeira que pegava fogo. A mulher me abraçou, e saiu correndo, passamos por baixo da fita amarela, os policias gritavam muito.
-Tire a menina de perto da casa, rapidamente.-Gritavam a mesma coisa em sequência. Estiquei a mão, meu ursinho se foi também? Meus pais, minha irmã eles tem que estar bem. A mulher me colocou sentada na calçada e se agachou na minha frente. Eu chorava, não entendia absolutamente nada.
-Meu amor... Seus pais, a Sophia... ãn.... Foram morar com Deus... Lá no céu.-Falou chorando e apontando para o céu. Olhei para cima e logo desviei o olhar para um policial que se agachou ao meu lado.
-Tente acalma-la, Senhora.-Disse o policial em um tom um tanto quanto rude. Ela colocou minha cabeça em seu peito e perguntou ao policial.
-Como aconteceu, isso ?-Perguntou a mulher sua voz era fraca.
-Vamos averiguar com clareza, mas com a experiencia que tenho posso lhe afirmar que foi um incêndio criminoso, foi provocado por alguém.-Falou o policial. Senti ele passar a mão na minha cabeça.
O olhei quando a mulher me soltou de seus braços ele ia em direção a casa novamente, olhei para a casa. Agora somente poucas pessoas olhavam para ela.
O fogo estava apagado já, e os bombeiros entravam na casa já com o fogo controlado talvez para ver sobreviventes. Impossível...
Eu estava sem reação, em choque. Lágrimas escorriam pelo meu rosto...
O policial que estava aqui antes voltou, com meu ursinho em suas mãos. Ele o entregou para a mulher que o deixou do seu lado no chão, rasurado ele se encontrava.
Chegou uma mini van, cinza claro. Saiu dois homens com uniformes da mesma cor da mini van, porém um pouco mais escuro. Colocaram uma máscara branca em seus rostos e abriram a parte de trás da pequena van. Tirando de lá espécies de "bandejas". Eles puxaram tirando totalmente da van e a colocando em um alto suporte com rodas, levaram então até a casa. Os vizinhos estavam em frente de suas casas olhando em direção a minha, praticamente a rua toda.
Os homens voltaram com algo coberto por um lençol branco, colocaram aquela "bandeija" dentro da mini van e repetiram a ação tirando outra bandeja da van e colocando no suporte. Após eles voltarem e colocarem aquilo na van um policial falava com um dos homens enquanto o outro fechava as portas de trás da van.
Olhei para o lado, a mulher chorava sentada ao meu lado alisando meus cabelos loiros como os seus.
Ela levantou após o mesmo policial que estava falando com o homem de cinza se aproximar da gente, se afastaram um pouquinho e sussurram algo e ele saiu.
Ela pegou minha mão e juntou o ursinho do chão caminhamos até o carro, eu olhava para trás, o que seria de mim? Eu tinha 7 anos, perdi meus pais e minha irmã. E eu não entendia isso.
Então a bela mulher me colocou novamente no carro, cinto de segurança. Entrou no carro, dessa vez bateu a porta com força , segurou o volante e bateu com a cabeça chorando, a repousando sobre o mesmo. Ela levantou a cabeça, ouvi seus suspiros e soluços do choro. Eu não tinha outra reação a não ser chorar, chorar como essa mulher, meu urso ela colocou no banco ao seu lado, então
ligou o carro e foi rapidamente, não com a tranquilidade da outra vez e sim como quem estava muito atordoada ou abalada, difícil de explicar como ela se sente se nem eu mesma conseguia entender o que eu estava sentindo.
Ela no caminho olhou algumas vezes para mim e secava algumas lágrimas que rolavam no meu rosto, em vão.
Estacionou em frente sua casa, saiu do carro dando a volta para abrir a minha porta, tirei meu cinto e ela pegou minha mão, batendo a porta com um pouco de força, apertou o botão do alarme o acionando, ela abriu a porta de sua casa entrei e sentei no sofá de cabeça baixa, chorando.
-Eu sei que é difícil minha flor.-Levantou o meu rosto com a mão.-Olhe para mim, nunca esqueça que eu estou com você...-Ela disse com os olhos vermelhos por conta do choro intenso. Secou uma lágrima minha e tentou sorrir, em vão. Me abraçou apertado, fechei meus olhos... Só queria que tudo fosse um sonho... Na verdade um pesadelo horrível.
Ela me "desabraçou" e rapidamente foi a cozinha, voltou com um copo de água e me entregou. A bebi toda.
-Pronto meu anjo, acalme-se.-Falou me pegando no colo. Uma senhora veio em nossa direção e a mulher fez um sinal de silêncio com o dedo, subimos as escadas e ela me colocou na cama de seu quarto, apagou a luz. Meus olhos pesavam e eu o sentia fechar lentamente... Por fim adormeci...
[...]
Dia seguinte...
Acordei com o barulho de uma forte chuva, era dia... Olhei para o lado, aquela mulher dormia. Me levantei e abri uma fresta da cortina, para olhar a chuva. A rua estava deserta, estava chovendo muito para alguém estar lá fora. Um casal, sim meus pais, vestidos de branco no meio da rua, pareciam não sentir a chuva cair sobre eles. Ambos acenaram, acenei de volta. Os dois sorriam, minha mãe mandou-me um beijo, mesmo a janela estando fechada um leve vendo soprou em meu rosto.
-Meu amor, saia da janela e deite-se.-Falou a mulher se despreguiçando, não foi um pesadelo foi realidade, e o que eu tinha visto agora não foi ilusão eu realmente vi meus pais ali, mas e Sophia? Ela deveria estar ali também.
Obedeci sua ordem e me deitei de frente para a mulher, ela fazia carinho na minha cabeça. Beijou minha testa e se levantou fechei meus olhos e adormeci novamente. Com a imagem dos meus pais na cabeça...
Mulher Pov's
Como será a vida dessa menina meu Deus? Por que foi acontecer algo tão ruim na vida de uma garotinha de 7 anos? Ela não merece, ninguém merece isso.
Ontem os policias me informaram que eu teria que ficar com ela até que um deles viessem entregar um papel com a data para mim comparecer no tribunal, deveria ser para ver quem ficaria com a menina.
Mas acho que ela tem somente a mim.
A deixei dormindo e pedi a Maria minha empregada, que olhasse as meninas. Tomei um rápido banho e vesti uma roupa qualquer, preta. Ontem os policias falaram que eu só teria informações passando lá na delegacia aqui do bairro que ficou encarregada do caso. Peguei o carro e segui até a delegacia que ficava a dois quarteirões daqui.
Chegando lá coloquei os óculos escuros para esconder as minhas olheiras e meus olhos inchados de chorar. Meu dia será corrido hoje.
-Olá Bom dia, por favor gostaria de falar com o delegado.-Falei para um policial que estava lá dentro da grande delegacia. Ele me levou até uma sala onde pediram meus documentos. Os entreguei e esperei pacientemente moça escrever algo relacionado aos meus documentos no computador.
-Só um minuto, vou ver se o delegado pode atende-la.-Falou me entregando os documentos. Voltou depois de um tempo.
-Ok, pode passar.-Disse e me guiou até a sala do delegado.
-Olá, a senhora pode sentar-se.-Disse o delegado sorridente, como poderia estar com esse sorriso no rosto vendo meu estado?
-Olá, muito obrigada. Delegado eu gostaria de ter informações sobre o incêndio que teve ontem a noite, por volta das 20:45.-Falei séria. O sorriso dos lábios dele se fechou.
-Ãn...Ok, posso lhe informar que foi comprovado que o incêndio foi criminoso, ainda vamos investigar quem teria ateado fogo na casa. Os peritos me informaram que 3 pessoas foram encontradas carbonizadas, e levadas até o necrotério central de Londres. A senhora, pode passar por lá das 9h ás 18h, ou para dar seu DNA ou para levar alguém que tenha parentesco com uma as vitimas. Os policias me informaram que temos uma criança ainda , certo?-Concordei com a cabeça.-Essa estava com a senhora, bom sobre essa criança, lhe darei um papel para a senhora encaminhar ao juiz para lutar pela guarda dela.-Olhou um papel o analisando e disse.-Ah, você é irmã de uma das vitimas, ok, tia da criança, fazendo um teste que comprove seu parentesco com ela, você mesma poderá ficar com a guarda da menina se quiser.-Disse concluindo sua longa explicação.
-Ok, mas então a menina fica comigo até eu encaminhar os papeis?-Falei pegando os papeis de sua mão.
-Vou pedir para Sandra fazer um papel alegando que a senhora está temporariamente com a criança, para evitar que ela vá para uma instituição de crianças órfãs.-Sorri para ele que me entregaram mais um papel.
-Fico muito grata, ela sofreria de mais em uma instituição, nossa se você conseguisse isso para mim eu iria ficar muito feliz por não precisar deixa-la nesse momento tão sensível na vida dela, obrigada.-Falei guardando todos os papeis na minha pequena bolsa.
-Não precisa agradecer, lhe dou o concelho de contratar um bom advogado para lutar pela guarda da menina.-Disse o delegado discando alguns números, pediu que a moça com quem falei viesse em sua sala.-Ah, você terá que passar aqui ãn.. Quinta-feira para dar depoimento.-Concluiu.
Depois de uma hora na delegacia preenchendo e assinando papeis, entrei no carro e peguei um dos papeis o do necrotério.
-Olá bom dia, gostaria de pedir uma informação?
-Olá bom dia, sim?-Atendente.
-Então, três corpos deram entrada ontem a noite ai, e eu gostaria de saber se é preciso fazer o DNA ou eles tem reconhecimento?-Falei.
-Os nomes por favor?-Disse a atendente.
-São Jullie Cartter, Petrick Way e Sophia Cartter.-Falei arrancando o carro. Coloquei o celular no ombro para poder dirigir. É errado, porém necessário.
-Senhora, o reconhecimento dessas pessoas já foi realizado, mas aqui não consta nenhuma Sophia Cartter. Sobre os outros corpos... Apenas a moça... Ãn... Jullie precisava do DNA, pois não tinha
como fazer o reconhecimento facial. Já o senhor Petrick não precisou do dna, foi apenas o reconhecimento facial.-Disse a simpática atendente.
-Nem com o nome completo, Sophia Cartter Way?-Falei e ela ficou um tempo em silêncio.
-Não senhora.-Respondeu.
-Ok, mas você pode me informar quem os reconheceu?-Disse e ela ficou um tempinho calada.
-Me desculpe, mas isso é confidencial por preferencia da pessoa, não posso lhe dar essa informação.-Atendente. "Droga" pensei.
-Ok, Então. Eu passarei ai a tarde para encaminhar o cremamento dos corpos pois não faremos velório.-Falei.
-Ok, apresente seus documentos, tenha um bom dia.-Disse e desligou.
-Droga, droga, droga. Como assim o corpo de Sophia não está lá. E quem reconheceu os corpos? Não tem ninguém que possa ter reconhecido, há apenas eu.
CONTINUA......
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Heey Girls!! Esse foi o primeiro capitulo da MITD, espero que gostem da fanfic irei me esforçar bastante!!
Quem será que reconheceu os corpos? Onde está o corpo da Sophia?
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